PENSANDO NA PESSOA QUE IDEALIZOU O GRUPO MUSICAL HARMONIA... PESSOA QUE VIVENCIOU DURANTE TODA A SUA VIDA E VIVE ALEGREMENTE A MÚSICA COMO IDEAL DE VIDA... QUE SABE, COMO SÓ ELA, A IMPORTÂNCIA DA MUSICALIDADE NA VIDA E NA HARMONIA DOS SERES HUMANOS...
`A TÂNIA GISLER MACIEL, COM CARINHO DAS COLEGAS DO GMH:
Música em nossas vidas
Conta-se que, um
dia, ao ouvir o silvo do vento passar pelo tronco oco de uma árvore, o homem o
desejou imitar. E inventou a flauta.
Tudo na natureza
tem musicalidade. O vento dedilha sons na vasta cabeleira das árvores e murmura
melodias enquanto acarinha as pétalas das flores e os pequenos arbustos.
Quando se
prepara a tempestade, ribombam os trovões, como o som dos tambores marcando o
passo dos soldados, em batidas ritmadas e fortes.
Quando cai a
chuva sobre a terra seca pela estiagem, ouve-se o burburinho de quem bebe com
pressa.
Cantam os rios,
as cachoeiras, ulula o mar bravio.
Tudo é som e
harmonia na natureza. Mesmo quando os elementos parecem enlouquecidos, no
prenúncio da tormenta.
E lembramos
das poderosas harmonias do Universo, gigantesca harpa vibrando sob o
pensamento de Deus, do canto dos mundos, do ritmo eterno que embala a gênese
dos astros e das humanidades.
Em tudo há
ritmo, harmonia, musicalidade.
Em nosso corpo,
bate ritmado o coração, trabalham os pulmões em ritmo próprio, escorre o sangue
pelas veias e artérias.
Tudo em tempo
marcado. Harmonia.
Nosso passo,
nosso falar é marcado pelo ritmo.
A música está na
natureza e, por sermos parte integrante dela, temos música em nossa intimidade.
Somos música.
Por isso é que o
homem, desde o princípio, compôs melodias para deliciar as suas noites,
amenizar a saudade, cantar amores, lamentar os mortos.
Também aprendeu
que, através das notas musicais, podia erguer hinos de louvor ao Criador de
todas as coisas.
E surgiu a
música mística, a música sacra, o canto gregoriano.
Entre os celtas,
era considerada bem inalienável a harpa, junto ao livro e à espada.
Eles viam na
música o ensinamento estético por excelência, o meio mais seguro de elevar o
pensamento às alturas sublimes.
Os cristãos
primitivos, ao marcharem para o martírio, o faziam entre hinos ao Senhor.
Verdadeiras preces que os conduziam ao êxtase e os fortaleciam para enfrentar o
fogo, as feras, a morte, sem temor algum.
O rei de Israel,
Saul, em suas crises nervosas e obsessivas, chamava o pastor Davi que, através
dos sons de sua harpa, o acalmava.
A música é a
mais sublime de todas as artes. Desperta na alma impressões de arte e
de beleza. Melhor do que a palavra, representa o movimento, que é uma das leis
da vida. Por isso ela é a própria voz do mundo superior.
A voz humana
possui entonações de uma flexibilidade e de uma variedade que a tornam superior
a todos os instrumentos.
Ela pode
expressar os estados de espírito, todas as sensações de alegria e da dor, desde
a invocação de amor até às entonações mais trágicas do desespero.
É por isso que a
introdução dos coros na música orquestrada e na sinfonia enriqueceu a arte de
um elemento de encanto e de beleza.
É por isso que a
sabedoria popular adverte: Quem canta, seus males espanta!
Cantemos!
Redação do Momento Espírita, com trechos do
cap. VII do livroO espiritismo na arte, de Léon
Denis, ed. Arte e cultura.